7ª Sessão do Cine Fronteira com “O Abraço da Serpente” – Campus Barracão

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7ª Sessão do Cine Fronteira com “O Abraço da Serpente”

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O Projeto de Extensão #CineFronteira tem mais uma sessão neste sábado, dia 10 de junho, a partir das 15:00 horas no Auditório Paulo Freire, da Prefeitura Municipal de Dionísio Cerqueira.

Nesta sétima sessão iremos assistir ao filme “O Abraço da Serpente” (veja o trailer aqui), um drama/aventura com ares psicodélicos, dirigido por Ciro Guerra e baseado nos relatos reais de dois exploradores da amazônia no início do século XX, o alemão Theodor Koch-Grünberg (interpretado por Jan Bijvoet) e o estadunidense Richard Evans Shults (interpretado por Brionne Davis).
A trama é centrada em Karamakate (Nilbio Torres e Antonio Bolivar, ambos atores possuem origem indígena), um xamã que seria o último sobrevivente da tribo dos Cohiuanos e que guia o alemão, em 1909, e o estadunidense, em 1940, em suas buscas pela Yakruna, uma planta que possuiria grandes poderes medicinais. Ao longo desta busca incansável pela planta acabamos por conhecer não apenas os costumes, interesses e tradições dos personagens, mas também também somos colocados face a diversos aspectos que compõem os processos de dominação que os europeus operaram quando em contato com os povos nativos da América.
Um dos méritos do filme é, sem dúvidas, conseguir nos colocar naquele contexto específico de maneira extremamente factível e isso, aliado às suas inspirações em relatos históricos e construção dos personagens, pode nos fazer chegar a conclusão de que o filme possui uma forma quase documental, mas tal possível conclusão é, na verdade, fruto das licenças poéticas que o diretor utilizou na concepção da obra, como aponta Eduardo Viveiros de Castro:

“Claro que o filme tomou liberdades para contar a história, como a flor de Yakruna, que no máximo talvez venha a desagradar aos botânicos, que podem não gostar da alteração da licença poética relacionada a “verdadeira Yakruna” e o modo como o filme a representa. Porém, há no filme um bom aproveitamento de um contraste real entre os conhecimentos do ‘branco’ e do indígena. Não foi necessariamente o foco dos escritos dos cientistas falar sobre este lado mais místico da apreensão da realidade etnobotânica, mas sim adotado pelo diretor Ciro Guerra para formular uma dramaturgia com uma outra forma de proceder o conhecimento do mundo diferente da nossa.

Esta filme faz parte do nosso 2º eixo temático: “Dominações da América Latina em seu Cinema”, onde buscaremos abordar algumas das mais exponentes formas de dominação pelas quais nosso continente já passou e ainda passa, como as ditaduras, a exploração do trabalho e a exploração das terras.
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